terça-feira, 23 de março de 2010

Nem sempre se vê


O silêncio da minha tristeza faz barulho. Depende do motivo da minha tristeza os barulhos variam. Na vida três coisas estruturais me fazem tristes (digo estruturais porque no mundo há inúmeras coisas que entristecem meu coração). As estruturais são: Falta de saúde, falta de trabalho, falta de amor, sendo que este último tópico se subdivide em dois: amor na família e amor na vida pessoal. Do segundo subtópico, a tristeza oscila de acordo com a situação na família e no trabalho.Se houver tristeza nos dois primeiros tópicos o segundo subtópico fica imensamente prejudicado ou seja extremamente barulhento. Caso não haja esta interferência, este passa a ter caráter de menor relevância, ainda assim, emitem sons.
Elucidando a questão:
Saúde em zona vermelha, o que compreende-se tensão. Trabalho em zona azul, dispensa explicação, uma vez que tudo azul traduz tudo em paz. Amor na família é um tanto complexo de dissertar, uma vez que esta é relativamente complexa. Em alguns pontos está a desejar... Diante deste quadro, o barulho da minha tristeza em relação ao amor na vida pessoal está em volume considerado alto e prejudicial ao aparelho auditivo. Os sons que se emitem são constantes e variados. Neste tópico encontra-se algumas trilhas sonoras, dentre elas intérpretes e compositores nacionais, soluços, ônibus passando na madrugada insone, meu celular que toca apenas na minha imaginação. Diálogos que se repetem na mente. Alguns sussurros, muitos"tchaus", alguns"até logo". A situação piora quando somam todos eles juntos numa noite em que a saudade grita um grito longo e agudo mergulhando meu coração num abismo com todas as trilhas juntas, tornando impossível compreender qual canção se impõe mais, mas consigo ouvir alguns trechos e identifico Marina Lima ao fundo, " aonde está você, me telefona..."

Um comentário:

  1. Um silêncio ruidoso invade nossas vidas...ruidos esparsos...ruidos crassos... ruidos sem laços! Quando os laços se apertam ruidos viram sinfonias ou, no máximo, o de uma taça de champanhe que cai na hora da entrega... Que importa a taça? Interessante Déia, seu texto anterior vc "metaforizou" com a imagem de uma loba. Me Chama, esta canção da Marina Lima, foi composta por Lobão. Ruidos aumentam à medida que a taça não se quebra. bjus

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