quarta-feira, 16 de junho de 2010

E viveram felizes para sempre...


Dia 12 de junho foi o dia dos namorados. É uma data um tanto estranha. Conheço poucos casais de namorados em meu círculo de amigos. Desde que me separei, obviamente procuro companhias avulsas que possam embarcar comigo numa viajem de novas aventuras e liberdade, chorar o choro da falta de um par e sonhar com um príncipe encantado novinho em folha. Bem, nem tão novinho assim, visto que já entrei na casa dos quarenta e muito possívelmente, se houver ainda algum príncipe sobrando em algum reino encantado, ele não estará mais tão novinho em folha. Já virá com uma barriguinha, talvez calvície, talvez até mesmo sem noção de beijos de contos de fadas, devido sua cansativa peregrinação na missão de salvar princesas e vê-las se transformarem em bruxas... (coitado deles, não é?) Devemos admitir que também não deve ser muito fácil saber caçar com destreza, lutar esgrima, cavalgar horas no lombo de um cavalo e ainda por cima saber encantar com um beijo (sabemos muito bem que hoje um beijo só não basta para deixar uma pricesa ou bruxa caidinha por ele). Bem, voltando a data do império capitalista que move o desesperador consumo em busca de presentes cada vez mais originais para agradar aos pombinhos apaixonados em extinção, falemos da comemoração. Restaurantes, bares, motéis... E sobram os solteiros! Então achei que minha idéia era original quando inflamei um amigo a reunir os pobres coitados desparceirados para uma festinha cujo o nome foi intitulado "SOU FREE". Sou free meu filho, só, livre... Sofri. Mas não fui a única a ter a idéia e soube que muitos bares, com medo da evasão por conta da data comemorativa bem na noite de sábado, anunciaram que a casa estaria aberta apenas para os solteiros, que imagino eu, foram aos bandos armados da cabeça aos pés para curtirem a noite. Na nossa festa houve uma mesa de protesto, houve escravos de jó com vodka e uma pergunta cuja resposta me arrepiou:

 -Quem aqui queria estar namorando hoje?
-...
-Quem aqui gostaria de estar no motel agora?
-EU!!! (resposta uníssona de quase todos os solteiros e solteiras da festa, com excessão de mim)
Queriam estar transando, mas não namorando... Não sei o que pensar, nem o que comentar. Prefiro ainda refletir... Não que eu seja uma espécie de Branca de Neve, enfeitiçada e esticada, morta, esperando o beijo da vida. Nada disso. Acho que as vezes sou mais feiticeira, que princesa, mas assim, sem romance algum, sem sonho, sem paixão... Acho que estamos correndo um risco extremo de acabarmos com o sonho de sermos felizes para sempre... (plagiando agora Pedro Bandeira em O Fantástico Mistério de Feiurinha): Acho que nossos dias de felicidade eterna acabaram. Que pena... Prefiro ainda sonhar que não, mesmo que meu príncipe já esteja mais gordinho e não tenha mais a mesma habilidade com esgrima... Sendo meu, ainda o quero e continuarei tentando me manter pricesa para ele e ao seu lado viver feliz para sempre!