domingo, 11 de junho de 2017

Agora.

Por que eu tenho a mania de guardar o meu presente para o futuro? Por que sempre o uso com cuidado, com medo de gastar, de sujar, de quebrar e o poupo para depois? Por que não uso meu presente no presente e insisto em imaginar o quanto vou precisar dele amanhã? Ou então eternizo e guardo em algum lugar do passado... E esqueço que ele foi presente um dia. Que mania é essa, meu Deus? Medo de que tudo possa ser consumido e não restar nada? Por que tanto medo de viver meu presente? Estou enfiando na cabeça que não posso ficar assim, meteorizando o agora. Lançando ele na maior velocidade possível para ser vivido no futuro. Pensamento mesquinho e apegado. As vezes penso que a vida não é minha, só minha. Penso que a minha vida é casualmente protagonizada por mim. As vezes fico no coro reagindo a minha própria encenação. Sem querer assumir... Mas sim, é verdade, nesta história aqui minha filha, você, querendo ou não, é a personagem principal. Viva este agorinha agora mesmo. Já, imediatamente! Rasge o embrulho e consuma tudo, gaste, use e abuse. Presentes são para nosso uso, caso gostemos, senão passe pra alguém. Só não enfie em baixo do travesseiro ou o coloque sobre a estante, olhando fixamente, imaginado se um dia estiver mais magra, mais bronzeada, mais calma, mais isso ou aquilo, possa usar. Se te foi dado, é teu. Não enterre como os cachorrinhos, colecionando coisas para o depois, que você nem sabe se vai chegar.

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