quarta-feira, 28 de julho de 2010

Jardim do Ever

Venha, entre, encoste a porta. Agora é só você e eu. Una os pontos, escreva a letra, faça a canção. Desenhe nuvens, barquinho a vela no horizonte. Leve-me, leve... Sopre, aponte, ilumine. Diz-me um doce, me cante um nome, me incendeia a pele, me cheire, me desorganize. Cala minha boca e pese em mim o peso do seu corpo. Me orquestre, rege, embaralhe, espalhe e depois junte. Ache o ponto, aponte o infinito do amor em mim. Me trate, me alimente, me bifurque e norteie e  me jogue no céu. Derrube da noite as constelações... Me mostre Antares, Escorpião, me mostre outro céu... Aquele de outro continente, de frio, de abraço de saudade morta e estancada, sepultada para nunca mais acordar. Me diz que é assim e assim será. Que o jardim jamais morrerá e que o infinito é infinito e não acaba... Que o poeta era insano e que quando é amor, já é o fim ou o início do Jardim... Do Ever...


Um comentário:

  1. Você permeia com sutileza e inteligência os limites do real e do lúdico ... é assim que me sinto todos os dias ao seu lado, vivendo entre o limiar da Terra e do Paraíso.
    Te amoooooo!!!!

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