terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

BENJAMIN

Peço que não subestime meu ar compreensivo e minhas palavras mansas, que não questione meu silêncio, minha quietude. Por favor, não se acomode na minha aparência alegre e na minha voz altiva, na receptividade dos nossos diálogos. Há muitas coisas que não sei. Inclusive não sei se quero saber. Não sei se sei esperar, sei que não sei fazer de conta que não sei. Sei que a alegria da surpresa veio como uma prova de resistência e não sei se vou resistir. De qualquer forma, sei que o tempo é assim, hora bom ora ruim (até faz rima sem a gente querer). Há dias que queria estar em outro estado, geográfico e emocional... Embora longe, vendo apenas com imagens de resolução que põe em dúvida as aparentes belas fisionomias congeladas em anos, ainda assim, não esqueço o que já vi em outros tempos, em requinte de detalhes como sons, cheiros, gostos e iluminação. Apenas peço que não conte com minha meiguice e passividade. Senão, me esqueço que não sei se quero, não sei se espero e se espero inclusive que o tempo se mova. Posso mover-me de onde estou e desbancar todas as aparências Benjamin...

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